domingo, 1 de dezembro de 2013

Decorações especiais são usadas para servir café no Japão

O correspondente Márcio Gomes, descobriu na capital japonesa que o produto brasileiro é servido com um toque da minuciosa arte oriental.

O verão passou e o frio no Japão já manda mensagem. O fato de o inverno se aproximar entristece alguns, mas o outono é uma bela compensação. Céu aberto, sem nuvens.

Por todo o lado, o interminável - e adorável - ciclo da natureza.  As árvores começam a mudar de cor: cada uma no seu tempo, cada uma no seu tom. E os japoneses adoram. Mas acompanhar isso nas ruas exige proteção. A temperatura máxima já não passa dos 15, 16 graus.
O problema é que no meio de tanta beleza, tem vezes que não tem cachecol, casaco pesado que deem conta. Por isso, um café nessas horas cai bem, melhor ainda se for um café diferente.

O lugar é como tantos em Tóquio.  A diferença é o barista – ou será “artista”?! Kohei Matsuno não se contenta em fazer um bom café. Numa máquina simples, tira um ótimo espresso e também faz – com vapor - uma espuma bem cremosa.

Terminaria aí, mas para Kohei é só o começo.  Há quatro anos, percebendo que o creme não se mistura facilmente com o café – começou a criar: a tela está ali, dentro da xícara!

Com um espetinho bem fino, de metal, ele vai desenhando, pintando na espuma, seguindo o que vê numa foto do celular. Pra quem tem saudade do Rio de Janeiro, pode curtir o sabor do café e a paisagem perfeita da enseada de Botafogo.
Em um álbum ele vai registrando as figuras que criou: temas japoneses, datas comemorativas e até desenhos animados.

Trabalha com duas cores: marrom, calda de chocolate, e vermelho, xarope de morango. O pó de cacau ajuda a criar sombras.

No entanto, ele diz que, no papel, não sabe fazer nem bonequinho de palito. E quando menos se espera, outra homenagem ao Brasil – o Cristo Redentor, com manto, paisagem e uma profundidade que ultrapassa o fundo da xícara.

Enquanto prepara os ingredientes, ele revela um segredo: com a espuma um pouco mais fria, consegue ir além do desenho. O grande bloco de creme não afunda – e uma escultura vai surgindo.

O chocolate e o morango vão formando as linhas. Os desenhos do bico... E lá está ele: um tucaninho perfeito. É até um pecado beber a obra de arte! O barista faz a escultura em cinco minutos e o café permanece quentinho.

Ele não para – e muito rapidamente já surge outro bicho. Um cachorro, que dá a patinha e tudo!   Para encanto de duas clientes... “Parece que tem um cachorro de verdade na xícara!”, diz a japonesa.
Fonte: Jornal Hoje

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