O correspondente Roberto Kovalick explica que o país é um local inviável, mas que foi transformado pela tecnologia
As mudanças climáticas vêm acontecendo, e os países têm que se preparar. O correspondente da TV Globo na Ásia, Roberto Kovalick, esteve em diversas instalações em Tóquio, e no Japão, que mostram a preparação do país em situações como a que está acontecendo no Brasil.
É preciso considerar que o Japão é um país inviável: se você nascer e tiver que escolher um país para viver, jamais escolheria o Japão. É tufão, terremoto, tsunami, maremoto, vulcão. Ou seja, um país que está sujeito a todo tipo de ocorrência. No entanto, eles transformam um país inviável, teoricamente, em viável, e a gente consegue viver com isso. A gente consegue viver com terremoto, essas coisas, e consegue sobreviver. Quando ocorrem chuvas muito fortes, e tem tufão, é igual ou pior do que ocorre no Rio de Janeiro, mas a chuva passa e a cidade, em seguida, está seca.
Isso se deve a um sistema de escoamento, que é muito parecido com o sistema de piscinões de São Paulo, só que extremamente eficiente. Basicamente, o que funciona no Japão são uns piscinões gigantescos: a água entra ali, fica alojada e depois, aos poucos, vai sendo escoada para os rios, de modo que o rio não transborde e não cause problemas. Basicamente, é uma espécie de tripé que impede que esses desastres provoquem tantas mortes. É um investimento em tecnologia. Tragédias no Japão ocorrem este ano, mas no ano que vem não vão ocorrer de novo.
Eu já vivi nesses dias no Rio de Janeiro algumas situações: na terça-feira mesmo, estava voltando para casa, um ônibus passou na minha frente, um alagamento e um sujeito jogou uma latinha de refrigerante da janela do ônibus, e minha mulher perguntou: “Está com saudade de casa?”.
A gente se apega ao lixo no Japão, é uma coisa interessante. Tóquio não tem lixeira na rua. Os japoneses aprendem desde a escola, que é um dos pontos mais importantes, é a educação desde a escola, a separação de lixo. No meu prédio, são quase 20 categorias de separação de lixo: bateria, gás. E o lixo que não pode ser aproveitado vai para uma usina que transforma esse lixo em eletricidade. Quando você está na rua, e toma um refrigerante, não tem lata de lixo, porque não tem em Tóquio lata de lixo na rua. Somente nas lojas de conveniência: você vai na porta da loja e joga o seu lixo. Você não achou uma loja de conveniência no meio do caminho, você leva seu lixo para casa. Você recicla seu lixo em casa. E você aprende.
Eu fui no Rio em uma lanchonete, pedi um hambúrguer, uma batata-frita, um refrigerante. E na hora, peguei meu lixo e achei estranho jogar todo o lixo em um buraco só. No Japão, você joga o gelo de um lado, joga fora, separa a tampa. As crianças aprendem isso na escola, desde pequenos, é absolutamente natural. Ninguém precisa ficar dizendo para o japonês fazer isso. É natural.
Fonte: Globo.com
Estamos globalizados, é muito bom aprender com outras culturas como o Japão. Isto nos inspira a fazermos a nossa parte, dentro da realidade que vivemos.
ResponderExcluirConcordo com você, sempre é bom aprender.
ResponderExcluirObrigada pelo comentário.
Rosana Kamiya.